sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Tradição perdida x indescência

O carnaval é a festa popular mais animada do Brasil. Em 1918 surgiu no Rio de Janeiro, o Cordão Bola Preta, um bloco carnavalesco que popularizou a marchinha de carnaval.
Grandes ícones da música brasileira gravaram belíssimas canções neste ritmo. Dalva de Oliveira gravou “Bandeira branca”, Zé Ketti; “Máscara negra”, Lamartine Babo cantou “Linda Morena” e “O teu cabelo não nega”, o sambista Adoniran Barbosa lançou “Vila Esperança”. Sem falar em outros mestres que também deram sua contribuição às marchinhas, como Braguinha, Carmen Miranda e Chiquinha Gonzaga.
Outro gênero que a partir da década de 60 passou a empolgar o carnaval é o samba enredo. Em 1967 “O mundo encantado de Monteiro Lobato” da Mangueira foi o primeiro a tornar-se sucesso nacional. De lá pra cá dezenas destes sambas ganharam destaque e muitos caíram na boca do povo por serem verdadeiras poesias ou por serem capazes de sacudir todo o país.
Algumas destas obras ainda são executadas nos carnavais de salão e de rua pelo Brasil, como “Sonhar não custa nada ou quase nada”, (Mocidade - 1992) e “Coisa boa é pra sempre”, (Gaviões da Fiel - 1995). Outras obras infelizmente caíram no esquecimento dos brasileiros, e a os adolescentes da primeira década deste século nem conhecem sambas belíssimos como “Aquarela brasileira”, (Império Serrano - 1964) e “Lendas e mistérios do Amazonas”, (Portela -1970).
Talvez a culpa seja das bandas que tocam sambas enredo no carnaval, que não se preocupam em ampliar seus repertórios e mostrar aos foliões as canções carnavalescas das décadas de 60 e 70, nem as da primeira década do século 21.
Outra responsável pela perda desta tradição é da mídia, que não divulga estes belos trabalhos, elaborados ao longo de um ano inteiro e que é preciso de uma eliminatória bastante concorrida para uma escola definir seu samba.
Ao contrário do que a opinião pública crê, depois de 1995 foram gravados belíssimos sambas pelas agremiações carnavalescas. Em 1996 a Mocidade conquistou o título com “Criador e criatura” e a vice-campeã Imperatriz Leopoldinense também empolgou o público com “Imperatriz Leopoldinense honrosamente apresenta Leopoldina, a imperatriz do Brasil”.
Ainda no final da década de 90, mais precisamente em 1999, Beija Flor, Mocidade, Mangueira, Portela, Imperatriz, Gaviões e Viradouro levaram belos sambas para o sambódromo.
Na primeira década deste século também surgiram boas músicas de carnaval, como “A saga de Agotime” (Beija Flor -2001), Breazail (Imperatriz - 2004), “Idéias e paixões o combustível das revoluções” (Gaviões – 2004) e por aí vai.
Ao invés de a mídia lançar a Mulher Melancia com a dança do “Creu”, ou Gaiola das Popozudas, com “Late que eu to passando”, com suas letras indescentes, as rádios e televisões brasileiras deveriam resgatar as verdadeiras tradições do carnaval brasileiro: sambas de enredo e marchinhas, que são muito mais ricas e têm qualidade infinitamente superior ao funk.
Detalhe: Cartola foi um grande sambista que fundou a Estação Primeira de Mangueira. Isso não impediu que este poeta morresse na pobreza. Paulo da Portela fundou a Portela e também morreu pobre. Enquanto isso Mulher Melancia e Valesca do Grupo Gaiola das Popozudas.

Pantanal

“Pantanal” foi uma novela de Benedito Ruy Barbosa transmitida pela primeira vez em 1990 pela extinta Rede Manchete. Naquela época a novela atingiu 40 pontos na audiência, sendo a primeira a bater a audiência da Globo, e ainda recebeu os seguintes prêmios: APCA - Associação Paulista de Críticos de Arte.Melhor Novela, Melhor Atriz - Jussara Freire, Melhor Ator - Cláudio Marzo, Revelação Masculina - Ângelo Antônio, Melhor Diretor - Jayme MonjardimTroféu ImprensaMelhor Novela, Melhor Atriz - Jussara Freire, Melhor Ator - Cláudio Mar, Revelação do Ano - Cristiana Oliveira.
A rede Manchete produziu uma grande façanha na televisão brasileira: produzir uma novela sem apelar para a baixaria, gritaria, nem para humor negro, nem para o sensacionalismo.
O enredo da novela foge da mesmice das outras novelas, abordando inclusive lendas da região, como um velho que se transforma em sucuri, o “véio do rio” e a mulher que vira onça, conhecida como Juma Marruá.
Esta produção tornou-se um clássico e foi transmitida pelo SBT em 2008. Não houve uma audiência tão grande como em 1990, mas outros autores deveriam seguir o exemplo e inovar.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

CQC no Congresso e o autoritarismo político

O CQC tem um quadro em seu programa chamado “CQC no Congresso”. Este quadro satiriza os deputados e senadores, que incomodados, recusaram-se a receber estes repórteres no Congresso.
Isso ocorreu devido a realização de uma matéria sobre a reforma tributária, assunto fundamental para o desenvolvimento econômico do Brasil. Lembrando que cinco dos 12 meses que o brasileiro trabalha serve apenas para pagar os impostos, alguns ridículos, como o imposto sindical, pago em maio.
Mesmo assim os deputados e senadores alegaram que os repórteres do CQC não são jornalistas, por isso não podem realizar entrevistas por lá.
O veto gerou a indignação dos telespectadores, que já enviaram mais de 260 mil assinaturas virtuais em favor do acesso da equipe do CQC na Câmara e no Senado por meio do site www.cqcnocongresso.com.br.
Esta campanha do CQC deve ter provocado medo em nossos parlamentares, pois o programa exibiu uma série de matérias que revelam o despreparo e a falta de compromisso de nossos representantes com o povo brasileiro.
Um exemplo foi a exibição da matéria do dia 24 de novembro de 2008, que mostrou que somente um senador sabia que dia 19 de novembro era Dia da Bandeira. Já o senador Frank Aguiar, além de não saber a resposta recusou-se a dar entrevista e foi mal educado.
Outro assunto abordado no programa é de como nossos representantes mudam de opinião conforme a época e seus interesses políticos. Antes das eleições o repórter Danilo Gentili indagava aos deputados e senadores se o deputado Paulinho da Força (PDT-SP) deveria ser condenado pela acusação de desvio de verba do BNDES (Banco de Desenvolvimento Econômico e Social). Todos os entrevistados diziam que Paulinho deveria ser condenado. Estranhamente em dezembro do ano passado o mesmo foi absolvido no Conselho de ética da Câmara por dez votos a quatro.
O Congresso deveria lembrar de que eles foram eleitos pelo povo e que eles estão lá para prestar contas para a sociedade. Além disso, o jornalismo tem uma função social de informar estas pessoas, e não de fazer propaganda política. Não custa nada lembrar que os políticos já possuem um programa reservado para isso.
Se eles não têm motivos para temer a presença do CQC no Congresso deveriam permitir a entrada destes jornalistas naquela casa. Agora, quem tem alguma culpa e recusa-se a dar entrevistas devia ter mais hombridade e não pedir mais os votos para o mesmo povo que os elegeu, pois boa parte dos eleitores acompanha o programa e quer saber o que os políticos têm a dizer.
Será que os deputados e senadores brasileiros só têm algo a dizer depois que algum marqueteiro os orienta. Ou será que se eles forem pegos de surpresa por jornalistas que não são estão trabalhando para fazer jabá eles se atrapalham? Quem assiste o CQC imagina que o deputado federal do PT paulista José Genoíno se atrapalha para dar explicações sobre o mensalão. Até hoje suas explicações sobre este fato estão obscuras para a sociedade.
É uma pena que ainda existem deputados e senadores que precisam usar do autorismo para se defender. Ainda mais quando se trata daqueles que como José Genoíno, lutaram em favor da liberdade de expressão e contra o autoritarismo da ditadura.

Distorção do samba

Está se tornando comum o fato de músicos sem identificação com o samba se aventurarem neste ritmo ritmo. Recentemente Maria Rita, a filha de Elis Regina; Marcelo D2, ex-roqueiro e Luiz Melodia, filho de Aroldo Melodia interpretaram samba.
Maria Rita gravou um CD intitulado “Samba meu”, que contou com a participação da Velha Guarda da Mangueira, produção de Leandro Sapucahy e composições de sambistas como Arlindo Cruz e Serginho Meriti.
Entre as canções deste disco estão “Tá perdoado”, que tocou na novela “Duas Caras”. Este é um samba de Arlindo Cruz de letra repetitiva, gigantesca e a melodia na minha opinião, desagradável. Outras canções interpretadas por Maria Rita são os clássicos “Não deixe o samba morrer” e “Último desejo” de Noel Rosa. Não parece que há uma sambista cantando, tamanha é à falta de empolgação.
Luiz Melodia não é um sambista de fato e vem gravando canções de Cartola e Zé Ketti. Talvez seus fãs comprem seus discos, mas um admirador de samba dificilmente vai comprar.O ex-roqueiro do Planet Hemp deixou de cantar a maconha e caiu no samba. Que beleza! Gravou músicas do Fundo de Quintal, gravou também algo que ele pensa que é samba, como a canção “Samba de Primeira” É hip hop que vem do Rio de Janeirouma batida de funk e o DJ no pandeiroHa haÉ hip hop que vem do Rio de Janeiro uma batida de funk e o DJ no pandeiro Vale lembrar que a música dele “Samba Makossa” que contém os versos Samba samba samba sambaSamba samba sambou Não é um samba.E assim D2 tira onda, aparecendo em DVD do Zeca Pagodinho e cantando no Casa de Samba. Só é preciso comunica-lo que misturar hip hop com a batida dele está longe de ser samba. É melhor estas pessoas terem uma aula de Cartola, Noel Rosa, Paulo da Portela, Fundo de Quintal, Zeca Pagodinho, ou de Paulinho da Viola, que com suas sábias palavras já diziam: Ta legal, eu aceito o argumento, mas não me altere o samba tanto assim.

Medo da fiel

Em dezembro do ano passado o São Paulo tornou-se tri-campeão brasileiro. Um dia depois todas as atenções da mídia estavam voltadas à contratação do centro-avante Ronaldo fenômeno, que vai jogar pelo Corinthians.
Hoje será o primeiro confronto entre Corinthians x São Paulo após o retorno do clube alvinegro à primeira divisão do Brasileiro.
No ano passado a fiel torcida acompanhou o time em todos os cantos do Brasil. Ao contrário da torcida o São Paulo que obteve a pior média de público entre os cinco clubes que brigavam pelo título.
Até a trigésima terceira rodada do Brasileirão 2008 a média de público tricolor não chegava a 15 mil torcedores. Isso levou a diretoria a fazer um apelo para os torcedores prestigiar a equipe.
Em confrontos entre Corinthians x São Paulo a torcida do Timão sempre dominou a arquibancada. É só lembrar da final do Brasileiro de 1990, Corinthians 1 x 0 São Paulo. Naquela ocasião havia 100 mil torcedores no Morumbi, 80 mil eram corinthianos.
A diretoria tricolor disponibilizou para a partida de hoje apenas 10% dos ingressos para a torcida do Corinthians, ou seja, 6,8 mil ingressos. O ingresso para a torcida uniformizada pode ser comprado por R$ 40,00. Já o ingresso para o torcedor comum custará R$ 90,00. Uma afronta para a sociedade, principalmente em época de crise mundial.
Esta medida não é contra o regulamento. A Federação Paulista de Futebol determina que o mandante deve conceder no mínimo 10% dos ingressos para o clube visitante.
Mas já diziam os chavões: clássico é clássico e vice versa, clássico é um jogo diferenciado, é mais que um jogo de três pontos, é um campeonato dentro de outro. Enfim, se a diretoria são-paulina tivesse bom senso, cederia no mínimo 35% dos ingressos á torcida do Corinthians, como nos clássicos anteriores entre os dois clubes.
Porém, como o tricolor não vence os alvinegros há dois anos, o medo de perder fez com que a diretoria disponibilizasse somente 10% dos ingressos aos corinthianos.

Atitude irresponsável envergonha povo brasileiro

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20/02/2009
Atitude irresponsável envergonha povo brasileiro
A advogada brasileira Paula de Oliveira, 26 anos chocou o mundo inteiro quando acusou três nazistas de cortá-la com estiletes, escrever a sigla do Centro de União Democrática (SVP) e provocar um aborto de gêmeos. A suposta agressão teria ocorrido no dia 9 de fevereiro numa estação de trem em Dubendorf, cidade próxima a Zurique.
Em janeiro, Paula enviou um e-mail informando seus colegas de trabalho que estava grávida de dois meses. Desconfiados, seus companheiros encontraram a mesma foto num site da internet.
As marcas no corpo de Paula foram analisadas por um legista do Instituto Forense da Universidade de Zurique, que concluiu que a brasileira não estava grávida.
A tentativa de bancar a esperta fracassou, e agora a advogada está proibida de deixar a Suíça até o final das investigações.
Já nesta quinta-feira a jovem confirmou ao Ministério Público de Zurique que forjou a própria agressão.
Então, o Ministério Público da Suíça a indiciou por “suspeita de induzir as autoridades ao erro”.
Não é possível que uma advogada não conheça as leis do país que habita há dois anos. Portanto, seria justo que as autoridades suíças a prendam, pois a mesma inventou o fato para enriquecer ilicitamente.
Se o fato fosse verdadeiro, Paula poderia receber uma indenização de 50 a 100 mil francos suíços, o equivalente a uma quantia entre R$ 100 mil e R$ 200 mil.
Devido a atitudes semelhantes a desta irresponsável, que pessoas preconceituosas desconfiam do caráter do povo brasileiro, rotulando como malandro da pior espécie.
E o pior, esta acusação falsa contra nazistas dá margem para que outros irresponsáveis, como o bispo Richard Williamson neguem a existência do holocausto.