quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

CQC no Congresso e o autoritarismo político

O CQC tem um quadro em seu programa chamado “CQC no Congresso”. Este quadro satiriza os deputados e senadores, que incomodados, recusaram-se a receber estes repórteres no Congresso.
Isso ocorreu devido a realização de uma matéria sobre a reforma tributária, assunto fundamental para o desenvolvimento econômico do Brasil. Lembrando que cinco dos 12 meses que o brasileiro trabalha serve apenas para pagar os impostos, alguns ridículos, como o imposto sindical, pago em maio.
Mesmo assim os deputados e senadores alegaram que os repórteres do CQC não são jornalistas, por isso não podem realizar entrevistas por lá.
O veto gerou a indignação dos telespectadores, que já enviaram mais de 260 mil assinaturas virtuais em favor do acesso da equipe do CQC na Câmara e no Senado por meio do site www.cqcnocongresso.com.br.
Esta campanha do CQC deve ter provocado medo em nossos parlamentares, pois o programa exibiu uma série de matérias que revelam o despreparo e a falta de compromisso de nossos representantes com o povo brasileiro.
Um exemplo foi a exibição da matéria do dia 24 de novembro de 2008, que mostrou que somente um senador sabia que dia 19 de novembro era Dia da Bandeira. Já o senador Frank Aguiar, além de não saber a resposta recusou-se a dar entrevista e foi mal educado.
Outro assunto abordado no programa é de como nossos representantes mudam de opinião conforme a época e seus interesses políticos. Antes das eleições o repórter Danilo Gentili indagava aos deputados e senadores se o deputado Paulinho da Força (PDT-SP) deveria ser condenado pela acusação de desvio de verba do BNDES (Banco de Desenvolvimento Econômico e Social). Todos os entrevistados diziam que Paulinho deveria ser condenado. Estranhamente em dezembro do ano passado o mesmo foi absolvido no Conselho de ética da Câmara por dez votos a quatro.
O Congresso deveria lembrar de que eles foram eleitos pelo povo e que eles estão lá para prestar contas para a sociedade. Além disso, o jornalismo tem uma função social de informar estas pessoas, e não de fazer propaganda política. Não custa nada lembrar que os políticos já possuem um programa reservado para isso.
Se eles não têm motivos para temer a presença do CQC no Congresso deveriam permitir a entrada destes jornalistas naquela casa. Agora, quem tem alguma culpa e recusa-se a dar entrevistas devia ter mais hombridade e não pedir mais os votos para o mesmo povo que os elegeu, pois boa parte dos eleitores acompanha o programa e quer saber o que os políticos têm a dizer.
Será que os deputados e senadores brasileiros só têm algo a dizer depois que algum marqueteiro os orienta. Ou será que se eles forem pegos de surpresa por jornalistas que não são estão trabalhando para fazer jabá eles se atrapalham? Quem assiste o CQC imagina que o deputado federal do PT paulista José Genoíno se atrapalha para dar explicações sobre o mensalão. Até hoje suas explicações sobre este fato estão obscuras para a sociedade.
É uma pena que ainda existem deputados e senadores que precisam usar do autorismo para se defender. Ainda mais quando se trata daqueles que como José Genoíno, lutaram em favor da liberdade de expressão e contra o autoritarismo da ditadura.

Nenhum comentário:

Postar um comentário