segunda-feira, 16 de março de 2009

Encontro de demagôgos

O presidente Luis Inácio Lula da Silva encontrou-se com Barack Obama este sábado na Casa Branca. Ambos os líderes buscam alternativas para que o mundo enfrente a crise financeira que se instaurou no ano passado e fizeram promessas que provavelmente não vão cumprir. O brasileiro foi o terceiro chefe de estado a ser recebido por Bush desde o início de mandato.

Esta é uma oportunidade histórica de os Estados Unidos e Brasil estreitarem suas relações. O volume de exportações entre as duas nações gira em torno de $ 54 bilhões ao ano. O Brasil exporta $ 28 bilhões aos Estados Unidos, e os Estados Unidos $ 26 bilhões ao Brasil.

Além disso, os presidentes destes Estados quebraram tabus em seus países e seus governos registram bons índices de aprovação. O petista, aprovado por 69,3% dos brasileiros, iniciou a vida como torneiro mecânico, passou a ser sindicalista e tornou-se presidente. O democrata é o primeiro presidente negro dos Estados Unidos. Durante seu mandato de 40 dias, não há registro de sua popularidade, porém, o mundo inteiro simpatiza com o governante da Casa Branca.

Desta vez a nação mais rica do mundo é liderada por um homem que tem uma visão de mundo de igualdade em relação aos demais países. Obama acredita que precisa do G 20 para a economia mundial voltar a crescer, e se preocupa com a opinião pública do mundo em relação a seu país.

Ao contrário de seu antecessor Bush, que arranhou a imagem norte-americana no mundo com a Guerra do Iraque.

Lula e Obama concordaram que o mundo necessita de uma reforma financeira, e que o crédito deveria voltar a fluir. Mas para conceder crédito, é preciso reduzir a burocracia. No entanto, parece que o presidente brasileiro se esqueceu de um detalhe: o Brasil é o campeão mundial da burocracia. De acordo com relatório Internacional de Empresas (IBR), divulgado pela Grant Thornton International pelo sexto ano consecutivo, o país com maior carga de burocracia é o Brasil, de acordo com 64% das empresas entrevistadas.

Nesta reunião Lula destacou o protecionismo estado unidense, principalmente em relação ao álcool brasileiro. A tarifa aplicada ao etanol brasileiro é de $ 0,54 por galão, o equivalente a três litros de álcool.

Obama declarou que seu país tem muito a aprender com o Brasil em relação aos biocombustíveis, mas esta relação comercial não mudará da noite para o dia. O norte-americano se mostrou preocupado em investir em energia renovável em seu país, ao invés de exportar mais etanol brasileiro.

O encontro durou duas horas, foi agradável para Lula e para Obama. Tanto é que o norte-americano confessou que deseja conhecer as praias do Rio de Janeiro e a Amazônia. Entretanto, ambos os líderes não deverão cumprir suas metas. Lula deve fazer com que o Brasil seja menos burocrático e Obama deve deixar a economia norte-americana menos protecionista.

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