sábado, 14 de março de 2009

Trote violento: um hábito que não pode ser praticado

O trote estudantil é um ritual que nasceu no século 13, na região sul da França. Os “bejaunus”, ou calouros eram submetidos ao “purgatio”, que durava um ano. Este período de purgação era dividido em três etapas: julgamento, pena e absolvição. Entre outras coisas, os novatos eram obrigados a pagar um banquete ao reitor, ao tesoureiro e ao promotor. Durante esta refeição, os novos estudantes serviam os veteranos, cediam os melhores lugares à lareira no inverno, preparavam comida, arrumavam suas camas e poderiam levar uma bofetada do veterano inesperadamente. Após sofrer tanta humilhação, o novato poderia enfim ser chamado de estudante.O termo “bixo” nasceu na Alemanha do século 15, pois os novatos eram denominados “feras” que deveriam ser domadas. Os veteranos batiam nos bixos, cortavam os pelos do nariz, esfolavam-lhes o rosto e lhes serviam pílulas de estrume. Além do mais, o novo estudante era obrigado a servir um veterano que lhe era indicado como carrasco, por um ano, seis semanas, seis dias, seis horas e seis minutos. No final, o estudante era submetido a um questionário e a um juramento obrigatório de tratar os calouros do ano seguinte da mesma maneira que seus veteranos lhes trataram. Infelizmente o Brasil já presenciou verdadeiras tragédias em recepções de calouros.Em 1980, Carlos Alberto de Souza, de 20 anos, estudante de Jornalismo da Universidade de Mogi das Cruzes (SP), morreu de traumatismo cranioencefálico, ao ser agredido. Dez anos mais tarde, George Mattos, do curso de Direito da Fundação de Ensino Superior de Rio Verde (GO) sofreu de parada cardíaca aos 23 anos, ao tentar fugir de veteranos. Em 22 de fevereiro de 1999, Edison Tsung Chi Hsueh foi vítima de afogamento em uma piscina na Faculdade de Medicina da USP.A PUC tomou a sábia decisão de proibir esta prática dentro de seus campi em 1993. Nos anos seguintes, outras universidades seguiram o exemplo e passaram a punir o trote violento. Em fevereiro deste ano, a Câmara finalmente fez algo que presta e aprovou um projeto que pune o autor deste delito com rigor. A punição pode chegar à multa de R$ 1 mil a R$ 20 mil, que será destinada à compra de livros pela biblioteca, e o estudante pode ficar suspenso das aulas por um ano.Na Europa ou no Brasil, o trote com objetivo de humilhar o novato é uma brincadeira de mal gosto, que deveria ser substituída pelo trote solidário em todas as universidades. Mas para a alegria dos estudantes de boa índole, desde 2000, a maioria das instituições de ensino superior já praticavam o trote solidário. Assim, nossos estudantes podem ajudar creches, instituições de caridade e asilos, ao doar roupas e alimentos para os mais necessitados.

2 comentários:

  1. O trote violento é uma pratica q já deveria ter acabado há mto tempo. O solidário é uma boa maneira msm de continuar com a tradição sem humilhar os outros.

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  2. Grande Dan!!!!

    Continue escrevendo assim, brother!!!!

    Um abraço!

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